segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Doce de Cosme e Damião

Ontem, dia 27 de setembro (conforme o calendário Litúrgico Romano do Rito Extraordinário), aqui no Rio de Janeiro, foi dia de Cosme e Damião. Sim, eu peguei doce =)

Segundo a Wikipédia, "os Santos Cosme e Damião, irmãos gêmeos, morreram por volta de 300 d.C. Crê-se que foram médicos, e sua santidade é atribuída pelo motivo de haverem exercido a medicina sem cobrar por isso, devotados à fé".

Ok, mas e os doces?

Cosme e Damião são os patronos dos médicos, farmacêuticos e cirurgiões, representados por emblemas médicos, o que considero muito interessante.

Tá, mas e os doces??

Ibejis (filhos gêmeos de Xangô e Iansã), na nação Queto, são a divindade da brincadeira, da alegria, ligada à infância. Regem a alegria, a inocência, responsáveis por tomar conta do recém nascido até a adolescência. Estão presentes em todos os rituais do Candomblé.

Entendi... E os doces???

Ainda falando de Umbanda (e também Candomblé) junto a Cosme e Damião aparece a imagem de uma criança mais nova, chamada Doúm (Idowu) que, segundo os ensinamentos, protege as crianças até 7 anos. Para cada par de gêmeos que nascem, um terceiro não encarna neste mundo. Doum, como espírito, também é venerado e respeitado como parte da família dos Ibejis (gêmeos), sendo “aquele que não veio”.

Interessante! Agora me dá o meu doce????

O caruru (Caruru dos Santos ou Caruru dos sete meninos - Cosme, Damião, Doum, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi) é uma comida famosa da tradição afro-brasileira. No dia de Cosme e Damião (Candomblé e Umbanda dia 27 de setembro, dia 26 para os católicos), os doces são distribuídos (graças ao sincretismo religioso - negros africanos escravizados no Brasil) como culto à imagem dos santos, representando os Ibejis.

Tô quase chorando, eu quero doce, por favor...

Os evangélicos acreditam que os doces são amaldiçoados por espíritos do mal (Mun-Rá?!) e, por isso, condenam que as crianças comam estes doces. Engraçado que, em algumas igrejas evangélicas, os Pastores e seus diáconos distribuem entre os membros suas próprias guloseimas, mas abençoadas. Vai entender...

Uma sacolinha com doces a você, caro leitor(a), que acredita na dieta e no poder da fé, porque afinal de contas, se há algum mal nisso, está em quem o faz, não em quem o recebe =)

Paz! Abraços.

sábado, 26 de setembro de 2015

A Hóstia

Lembro, quando pequeno, que eu tinha a maior curiosidade pra comer essa tal de hóstia... Queria saber o gosto, se era bom, afinal pessoas de todas as idades faziam até fila pra comer aquilo! Chegava a sonhar sobre o que tinha de tão bom num biscoito tão fininho...!

Que decepção quando, finalmente, naquele dia tão esperado, pude entrar na enorme fila para ficar cara a cara com o padre e receber a hóstia.

Primeiro, aquilo colou no céu da minha boca. Fiquei muito chateado pensando "será que fiz merda?" e, quando questionei sobre o ocorrido com os demais, riram de mim, como se já suspeitassem exatamente o que iria acontecer. Segundo, pensei em falar com o Padre (pegadinha da batina???) mas desisti: mais uma gozação, do próprio padre, seria demais pra mim.

Não tinha sabor, nem doce e nem salgado, não dava pra mastigar ou deixar se desfazer na boca, enfim, que porra de hóstia é essa? Será que em todas as igrejas era assim???

Honestamente, se aquilo representava o corpo de Cristo, o pão que Ele e os apóstolos repartiram e comeram na última e santa ceia, tá explicado o porquê do vinho. Só de porre mesmo pra aguentar esse biscoito miserável!

Ok ok... Hoje entendo que é um simbolismo, que é sem sal, açucar ou sabor propositalmente, mas vamos combinar, se é pra falar de comida, eu gostava mais era de Cosme e Damião =)

Paz! Abraços.

sábado, 19 de setembro de 2015

São Dimas

Uma vez, conversando entre amigos, alguém por acaso falou sobre religião e o papo andou... Em determinado momento, foi questionada a relevância das pessoas que, pela Igreja Católica, receberam o status de "Santo(a)".

De todos os santos, acredito que aquele mais polêmico é Dimas, que foi crucificado ao lado de Jesus.

"Como assim? Só poque reconheceu sua própria condição e a de Jesus, vai estar no céu e depois virou santo? Se estava sendo crucificado, boa coisa não era...!"

Racionalmente avaliando a situação, faz todo o sentido. Acontece que não é tão simples assim...

Vamos combinar, o texto da Bíblia não descreve e não dá qualquer pista sobre a vida de Dimas. Então, fica difícil julgar. Nessa época, muita injustiça acontecia e as pessoas eram simplesmente crucificadas, como aconteceu com o próprio Jesus.

Na cruz, face a face com a dor, Dimas reconheceu Jesus como, de fato, alguém que nada teria feito para estar ali, embora entendesse que ele próprio merecia tal suplício. Acredito que Jesus, tão sensível ao lado humado, capaz de ler o coração das pessoas e reconhecer a verdadeira intenção de cada um, entendeu a pureza das palavras de Dimas e, de alguma forma, abriu o caminho para que estivesse com Ele no "paraíso".

Muito tempo depois, a igreja católica o consagrou como santo e etc...

Dimas estava no lugar certo, com a pessoa certa e falou a coisa certa 😀 Óbvio que não foi proposital, mas parece que funcionou né?!

Cada um tem a sua missão enquanto vivo neste planeta, talvez a dele (Dimas) tenha sido deixar registrado, para sempre, que nunca é tarde para fazer a coisa certa: basta agir com honestidade, verdade e amor no coração. Nem que seja no "leito" de morte!

Paz! Abraços.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Macumba

Taí uma coisa que merece atenção. Sofre uma carga cultural negativa, com interpretações confusas e descriminação exacerbada.

"Em Verdadi Vus Digo Mais, suncê num papé vai iscrivinhá pa num si isqucê das palavra dexe bog, tá bom misifío?"

Macumba, em verdade, é uma dança, mas o nome foi associado às religiões africanas como o Candomblé e a Umbanda, raízes trazidas pelos antigos escravos do período colonial.

Essas tradições são "misturadas" pela cultura popular, que chamam tudo de macumba, sem qualquer critério. Vestir branco, receber entidades, fazer oferendas, etc, no geral, tudo isso é considerado macumba.

Tem gente tão carente desse tipo de cultura que faz pior, coloca tudo em uma mesma panela: espiritismo. Aí entra a macumba, as doutrinas espíritas (Kardec principalmente) e tudo mais que tenha uma mínima relação com o mundo espiritual. Resultado? Uma massa indigesta de preconceito com um toque natural de ignorância.

Peraí que vou vomitar...

O que foi, afinal, o fenômeno da transfiguração contado na Bíblia, se não um contato entre Jesus e o espírito de pessoas que, fisicamente, não estão mais entre nós?

Ainda sobre a macumba, questiono o por quê de matar bicho pra agradar santo/entidade, beber, fumar, tomar banho de ervas pra atrair ou afastar alguma coisa, fazer oferendas (muito elaboradas às vezes) e deixá-las em encruzilhadas ou na beira do mar...?! Peraí, isso tudo é pra quê? Pra quem? Afinal, até onde sei, espíritos evoluídos não precisam de nada disso...! Servem pra conseguir alguma coisa em troca? Troca de favores entre nós e o mundo espiritual???

Toda essa energia poderia ser tão melhor aproveitada se canalizada corretamente, mas as pessoas insistem em jogar tudo fora, quando poderiam, simplesmente, fazer o bem ao próximo sem desejar nada em troca.

Paz! Abraços.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Papa

Em verdade, verdade verdadeira, vos digo que nunca gostei da ideia de uma religião eleger determinado membro para representar Deus na Terra.

Deus sabe disso??? :-O

Se eu fosse Deus, teria lá as minhas ressalvas... Afinal, representar Deus é qualquer coisa de MUITO sério a se fazer!

Enquanto escrevo este post, o atual Papa da igreja Católica é Francisco, gente boa, grande "Chico". Peraí, não posso falar assim do Papa?! Acontece que tenho uma íntima relação com Deus, de Pai pra filho, mais ainda, de Amigo pra amigo, então se o Papa representa Deus aqui entre nós, posso ter uma relação bacana com o cara, certo?!

Chico, "tamu junto"!! =)

Enfim, o Vaticano poderia fazer como Jesus ensinou, ou seja, desfazer-se dos bens materiais e seguir em frente, mas isso já é papo pra outro post... Chico, vamos conversar sobre isso ok?!

PS: Como já cantava Zeca Pagodinho, "Chico NÃO vai na corimba".

Paz! Abraços.

domingo, 13 de setembro de 2015

Pisando na Cabeça da Serpente

Durante algum tempo frequentei igrejas evangélicas. Algo que me incomodava era o tal "Culto de Guerra Espiritual", praticado em uma igreja em especial que, honestamente, nunca me convenceu. Como assim? Guerra??? Jesus ensinou o amor, certo?!

Nesse culto em específico, tinha um momento em que o Pastor falava pra pisar na cabeça da serpente. Até que era divertido. Todo mundo pisando no chão com força, parecia uma marcha sob o regimento de um sargento. A cabeça da serpente simbolizava o diabo, que deveria ser enxotado dali.

Certa vez conversei com o Pastor sobre a minha insatisfação com esse culto. Ele explicou um monte de coisas... Ouvi tudo com atenção e, ao término, olhei nos olhos dele:

- Em Verdade Vos Digo... Mais! Pastor, o senhor é pai?
- Sim, você conhece os meus filhos.
- Muito bem. Quem é o diabo? Lúcifer, o anjo superior, também filho de Deus, que se rebelou contra o Pai, certo?
- Isso mesmo, porém...
- Peraí, deixa eu terminar =)

Expliquei que, se seguimos os ensinamentos de Jesus, não devemos fazer o mal de forma alguma, a ninguém, nem mesmo à "serpente". Afinal, na Bíblia, ela tentou Jesus no deserto e Ele, sabiamente, recusou todas as ofertas sem usar qualquer tipo de violência.

- Pastor, se o seu filho fizesse um monte de "m", o senhor iria gostar que alguém pisasse na cabeça dele? O senhor gostaria de vê-lo morto???
- Ahn bem, não, mas...
- Pastor... Acredito que Deus sendo puro amor (como você mesmo já ensinou em seus cultos), não nos quer pisando na cabeça de ninguém... Ele não quer o mal sendo abatido pela violência física, moral, mental, de forma alguma. No fundo, Ele quer que Lúcifer se arrependa e volte a ser novamente um anjo celestial, do bem. Afinal, ele era realmente assim!

O que vocês acham?

Paz! Abraços.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A Cruz

Jesus foi O CARA. Ainda é. Até onde sei, não houve outro como Ele no nosso querido planeta.

Infelizmente (propositalmente ou não), Ele morreu de uma forma extremamente cruel, trágica, covarde, impiedosa, injusta, ... triste. Não estou aqui para comparar, mas acreditem, foi muito além do que a Bíblia e Hollywood já nos contaram.

Naquela época, a cruz era o pior castigo de morte, mas Jesus conseguiu transformar este horrível sinônimo de maldade em um instrumento de fé! Quem mais fez isso de forma tão sublime??

Hoje, mais de 2000 anos após a sua passagem, eu olho para uma cruz e penso: tanta gente já morreu pendurada nisso... Jesus, da mesma forma que transformou água em vinho (tema para outro post), transformou a morte em vida.

Paz! Abraços.

O Terço

Tradicional entre cristãos da igreja Católica, o terço é um instrumento utilizado para o ritual chamado O Santo Rosário, onde são rezados, conta por conta, os vinte mistérios da Fé Católica, divididos em quatro grupos de cinco mistérios.

Não vou entrar em detalhes, há muito material na internet sobre o tema, mas pra quem não sabe, no terço, a oração ensinada por Jesus - a oração do Pai Nosso - é repetida 6 vezes. Pouco, se comparada à oração da Ave-Maria, repetida 53 vezes (!)

Ok, vamos lá.

Estava eu entre um grupo de jovens senhores e senhoras quando me convidaram para "rezar o terço". Educadamente agradeci, mas expliquei que não tinha paciência, que preferia me comunicar com Deus de outra forma (isso mesmo, não sou Ateu!), mas insistiram...

Só pra deixar claro, respeito toda e qualquer religião, crença, doutrina, etc, então o mínimo que espero é respeito. Ok?!

Após alguma insistência e tentativas de convencimento, Em Verdade Vos Disse... Mais:

- Quando eu falo A PRIMEIRA VEZ com Deus, Ele me ouve e me entende, não preciso repitir a mesma coisa centenas de vezes. Acredito inclusive que Ele lê o meu coração, mesmo sem eu falar nada. Se não fosse assim, como os mudos fariam? Libras??? Repetir a mesma oração, pra mim, é praticamente fazer um mantra e, neste caso, não faz o menor sentido...!

- Mas não é assim... (disse a senhora) Cada conta do terço rezada é uma rosa que você entrega à Nossa Senhora, que intercede a Jesus...

- Ah entendi... Então é oferenda???

E me retirei para não ser apedrejado.

De fato, vale a pena o tempo perdido com o terço? Não seria mais proveitoso uma ÚNICA, porém sincera e objetiva, oração/reza/preçe/conversa com Deus?

Como dizem por aí, "gosto não se discute". Eu gosto do Pai Nosso, mas da Ave-Maria nem tanto...

Sim, é bonito o simbolismo da rosa entregue a Nossa Senhora, mas penso que ela, Jesus e o próprio Deus ficariam mais felizes se esta rosa fosse entregue, simbolicamente, como caridade aos que necessitam de auxílio.

Paz! Abraços.

domingo, 6 de setembro de 2015

No início era o verbo, no tempo certo

Antes de qualquer coisa, fique tranquilo(a), não vou lhe pedir dinheiro.

Demorei muito para ter coragem de iniciar este blog. Por que? Simplesmente porque tinha receio de não conseguir registrar em forma de texto aquilo que pensava (muitas vezes dizia), e ficar incoerente, não alcançar o propósito crucial: ajudar as pessoas a refletir sobre tudo relacionado a religião.

De uma forma ou de outra, todos temos algo que, popularmente, conhecemos como "fé". Acreditamos em alguma força/energia boa e muito maior do que imaginamos, que existe em algum lugar. Basicamente, consideramos isso como sendo Deus, o Pai maior.

Ok, mas o papo vai muito além disso... Tem gente que não acredita em Deus. Há aqueles que consideram a sua própria religião como sendo a perfeita, correta, estabelecida de acordo com o livro X ou Y.

Enfim, tem muita coisa por aí. Região, de modo geral, é algo polêmico. Precisa ser assim?

Antes que comecem a tacar pedra, vamos refletir sobre tudo que será postado aqui, ok?!

;-)

Obrigado! Até breve.